segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sessão especial na AL retoma discussão sobre a regularização fundiária nas glebas Mamuru, Curumucuri e Nova Olinda III nos municípios de Juruti e Santarém e a criação e instalação de Juizados Especiais Itinerantes de Conflitos nas Áreas Rurais do Pará


Durante a sessão especial realizada na manhã de hoje, 03 de dezembro, na Assembléia Legislativa do Pará representantes do governo do Estado, deputados estaduais, Ministério Público e movimentos sociais debateram a regularização fundiária nas glebas Mamuru, Curumucuri e Nova Olinda III nos municípios de Juruti e Santarém e a criação e instalação de Juizados Especiais Itinerantes de conflitos nas áreas rurais do Pará.
De acordo com o deputado Zé Maria, no dia 18 de julho deste ano, durante audiência pública realizada na Comunidade São José do Laguinho, localizada na região do Planalto Mamuru, foram debatidas as necessidades das comunidades que ocupam aquele espaço e a área da Gleba Nova Olinda III. “Importante registrar que essas comunidades são tradicionais, formadas por trabalhadores da agricultura familiar, extrativistas, pescadores e ribeirinhos que se utilizam dos recursos naturais da Amazônia”, enfatiza Zé Maria.
O governo do Pará iniciou o trabalho de regularização fundiária dessas comunidades, concretizada no processo de nº 54501.011066/2007-98, na Justiça Federal. “No entanto, conforme nos informa o Ministério Público, as concessões florestais em área próxima dos projetos Mamuru e Curumucuri e Gleba Nova Olinda III estão em pleno andamento sem que a destinação fundiária tenha sido concluída”, denuncia o deputado.
Porém, de acordo com o representante do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), o diretor técnico Daniel Nunes Lopes, existem ações judiciais solicitando direito de posse daquelas áreas que ainda precisam ser julgadas, o que impede a distribuição de títulos aos agricultores daquelas localidades. “Esse é um dos exemplos, posso citar outros como a reforma agrária, que não é competência do instituto, mas do governo federal”, destacou.
Como proposta para dirimir o imbróglio que norteia a situação na região dos projetos de assentamento agroextrativista, ficou acordada a criação de um grupo de trabalho que deve reunir representantes de várias entidades para propor soluções concretas. Para institucionalizar o debate, o Ministério Público apresentou proposta de assinatura de um Termo de Ajuste de Condutas para que, nas palavras da promotora de justiça Lílian Braga, o assunto não recaia nas mesmas discussões: “o que representaria um retrocesso e não vamos aceitar mais isso”, enfatizou Lílian.
 Em suas considerações após ouvir a exposição da promotora de Justiça de Juruti, Lilian Braga, o deputado Airton Faleiro recomendou aos poderes públicos nas esferas estadual e federal que não permitam a paralisação do processo de regularização fundiária – iniciado pelo governo anterior – e resolução de conflitos existentes na área, pois a insistência em manter a inércia pode levar à retomada dos conflitos com violência. O parlamentar disse também que não vê necessidade de redução da área para garantir a exploração minerária, pois segundo ele o fato de ter assentamento não impede a exploração do sub solo. “Não vejo impedimento legal para a realização de pesquisa e exploração minerária em área de assentamento. O que está em debate é se essa área será explorada livre de ocupação humana ou não. Em minha opinião o que está por trás dos interesses é que as comunidades queiram usufruir o direito de um percentual do lucro de exploração, como já ocorre em Juruti Velho e é considerado uma grande inovação”, argumentou Faleiro.

 Participaram da mesa além de Faleiro e Zé Maria, o representante da prefeitura de Juruti, o secretário especial de governo Antônio João Campos; a representante da Procuradoria Geral de Justiça do Ministério Público do Estado, Eliane Moreira; o diretor técnico do Iterpa, Daniel Nunes Lopes; o presidente da Fetagri, Carlos Augusto Silva; o presidente do Ideflor, Thiago Valente; o presidente da CUT, Martinho Afonso da Cruz; o representante da Associação das Comunidades da Gleba Curumucuri, Isaías Rodrigues; o ouvidor agrário, Otávio Marcelino Maciel e a promotora de Justiça de Juruti, Lilian Braga.Estiveram na sessão, també, representantes da Associação dos Produtores Rurais do Rio Mamuru (Aprim).

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